quinta-feira, 30 de abril de 2015

Educação não é mercadoria, é um direito!

“Hoje se trata mais concretamente de
colocar o cidadão no eixo da reflexão
pedagógica transformadora”
Florestan Fernandes

A nossa conjuntura aponta os retrocessos de um congresso que não representa o povo, sendo o mais conservador desde a ditadura militar. Esse congresso é composto pelo grande empresariado da educação privada, defendendo lá os seus interesses e seus lucros, fazendo da educação brasileira uma mercadoria a ser vendida em toda esquina, sem qualidade e reflexão. Nesse mesmo processo, os trabalhadores da educação também são mercantilizados e tornam-se números junto a estudantada, formando a soma que encherá o bolso do empresário.


Podemos estar perdendo no congresso, mas venceremos nas ruas!

A rua é um dos principais espaços políticos do povo, marcada por protestos, intervenções, contradições, tão cheia de diálogos que até os muros comunicam.

Ao mesmo tempo que a rua "simboliza uma tal liberdade", nos revela que tem donos, que o vigiar e punir está impregnado no asfalto, separando o solo do concreto, a ordem da rebeldia.

O Paraná é mais um dos exemplos. A polícia militarizada é uma das ferramentas para a manutenção do poder hegemônico, do capitalismo que privatiza e mercantiliza a educação, servindo aos ricos e não ao povo trabalhador.

Foto de Leandro Taques
A grande mídia que fez da rua seu palco nos últimos protestos que pediam a intervenção militar, não mostram agora as mesmas bandeiras do Brasil sujas de sangue, amaçadas de medo e terror. A grande mídia tem um lado e não é lado das trabalhadoras e trabalhadores. O seu lado é o lado dos grandes patrões.

Entendendo que o sistema político não representa o povo e não defende seus direitos, precisamos de uma reforma política. Levaremos para as ruas uma bandeira propositiva que aponte os nossos inimigos: a bandeira da constituinte popular.

Por um projeto popular para a educação: #Constituinte é a solução!

José Lima

Levante Popular da Juventude - RN

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Globo: o povo não te quer por aqui!

 "Seria uma atitude muito ingênua esperar que as
classes dominantes desenvolvessem uma forma de
 educação que permitissem às classes dominadas 
perceberem as injustiças sociais de forma crítica"
Paulo Freire

Manipulação da informação, descompromisso com o interesse popular, criminalização de movimentos sociais e enaltecimento de pautas da elite brasileira e mundial, são marcas registradas da Rede Globo de Televisão. A segunda maior rede de televisão comercial do mundo, que atinge diariamente 150 milhões de pessoas de todos os continentes, foi oficialmente fundada no período da Ditadura Civil-Militar do Brasil, no dia 26 de abril de 1965 - pouco mais de um ano após o Golpe de 64. Sua criação não se deu ao acaso: ela serviu de braço midiático da ditadura, tanto justificando o autoritarismo e a afronta aos direitos do povo, como mascarando a realidade das prisões políticas e torturas.

Atingir 98% do território brasileiro com a TV aberta não parece suficiente para as Organizações Globo. Dominam também transmissão via satélite, TV a cabo, rádios, jornais, revistas, sites na internet, gravadoras e cinema. Os tentáculos da família marinho consegue abranger todo e qualquer tipo de produção e disseminação de opinião no Brasil. Suas extensões na comunicação formam um imenso latifúndio midiático, provocando um monopólio da informação e um desserviço ao povo brasileiro.


O que prova isso é a vasta cobertura dos protestos do dia 15 de março e do dia 12 de abril, que clamavam nas ruas pela intervenção militar e impeachment da Presidenta Dilma. É de cair o queixo: até a programação do Esporte Espetacular foi adaptada as manifestações "pacíficas, com homens, mulheres, crianças e famílias". Nesse mesmo cenário, o povo foi as ruas para barrar o Projeto de Lei n° 4330/2004, dizendo não a terceirização e a precarização do trabalho, e o que a Globo noticiou? A prisão do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pelo envolvimento com os escândalos de corrupção da Petrobrás.

Assusta ligar a televisão no canal Globo, entrar no portal online G1 ou sintonizar na rádio Globo. Vemos, sem dúvidas, a quem o Grupo Globo serviu, a quem ele serve e, a quem continuará servindo no próximo período. Com posicionamentos que afrontam a democracia, a mídia golpista não se exime de manipular a informação, de esconder o que de fato interessa ao povo brasileiro. Amarrada nas correntes do Tio Sam, a Globo lidera os ataques a Petrobrás e a forçosa tentativa de globocolonização.

O POVO NÃO É BOBO, ABAIXO A REDE GLOBO!

No ano  em que a Rede Globo completa 50 anos de existência o povo brasileiro mostra sua insatisfação com o descompromisso social da emissora. O Jornal Nacional e seu"horário nobre" que costumavam ter 40 pontos na escala de audiência, despencou no mês de março para a faixa dos 18 pontos. Outro fato que mostra a insatisfação popular com o latifúndio midiático dos Marinhos faz-se nas ruas. Rara é a manifestação em que a Globo não é citada como inimiga do povo.

Domingo que vem ela comemora 50 anos de golpismo e atentado a democracia.  Dia 26 de abril de 2015. Temos plena certeza que o povo te dará um belo presente, Globo. Na caixa desse presente estarão as 21 cruzes das companheiras e companheiros assassinados em Eldorado dos Carajás, estará o sangue da juventude negra derramado nas quebradas. Também estarão os gritos contra a LGBTfobia, a força do feminismo e a resistência do povo negro. No cartão do nosso presente, Marinho, estará escrito: Democratize a comunicação! Constituinte é a solução!

Arthur Carvalho
Levante Popular da Juventude RN

sexta-feira, 17 de abril de 2015

LEVANTE PELA MEMÓRIA DE ELDORADO DOS CARAJÁS


“No eldorado do Pará
Nome índio carajás,
o massacre aconteceu
Nesta terra de chacinas
essas balas assassinas
todos sabem de onde vêm...”
Procissão dos Retirantes – Pedro Munhoz


            Em um dia bem comum como hoje, um 17 de Abril de 1996, cerca de 2.500 sem-terra estavam no sétimo dia de uma marcha que deveria ir até a capital do Pará, Belém; seguiam em protesto contra a lentidão da desapropriação de uma área que ocupavam na Fazenda Macaxeira, na cidade de Curionópolis, sul do estado. Mas foi nesse mesmo dia, no Eldorado do Pará, que 21 lutadores do povo, foram assassinados pela polícia paraense simplesmente por quererem um mísero pedaço de terra pra plantar o que comer. 

            De um lado, sem-terra armados com suas bandeiras, foices, paus e pedras, do outro, 155 homens da polícia militar com suas amargas armas de fogo prontas e apontadas para o povo. Foi nesse cenário que o massacre foi feito. Hoje no lugar da fazenda Macaxeira, propriedade que motivou o maior massacre na história recente da luta por terra, está o assentamento 17 de Abril, depois de muita resistência e luta. Mas, mesmo com a terra para a agricultura familiar, as famílias que moram no assentamento nunca receberam auxilio ou fomento do governo para torná-lo um assentamento produtivo. Não houve sequer uma conversa com  cooperativas locais, e as próprias famílias tinham que negociar com os compradores, gerando, assim, uma disputa de preços interna. Além disso, as famílias demoraram anos para receber as indenizações pela perda de seus entes e, como se não fosse o bastante, hoje, 19 anos depois desse dia, mesmo com provas concretas de que o massacre foi encomendado pelos latifundiários da região, e de que grande parte dos tiros foi dada a queima roupa, impossibilitando a defesa dos sem-terra, os 155 policiais nunca foram culpabilizados ou punidos pela sua ação, mostrando a omissão do Estado, que também tem participação nesse assassinato por negar uma reforma agrária para o povo.

            A dor desse dia é rememorada todos os dias por aqueles que lutam pela terra, e o dia 17 de Abril tornou-se luta para o MST, por isso não estranhe os pneus queimando, as rodovias fechadas, pois esse é um recado do Movimento, de que não esqueceremos e jamais perdoaremos os assassinos dos 21 sem terra do Eldorado.


            E nós do Levante, reconhecemos os rostos que massacraram os companheiros e companheiras do MST há 19 anos atrás. São os mesmos que derrubam as portas das casas nas favelas. Mais do que isso: sabemos que as mesmas mãos que dispararam contra as lutadoras e lutadores sem-terra, são as mesmas que matam a juventude negra nas nossas periferias. E o Estado que se nega a fazer Reforma Agrária, é o mesmo que não garante saúde, educação, moradia e assistência, nem no campo, nem na cidade. É evidente, o Estado prefere punir a cuidar. Nós, juventude do projeto popular, assim como o Movimento dos Trabalhadores Ruais Sem-terra,  não perdoaremos, não esqueceremos e nem deixaremos que esqueçam a luta de nossos companheiros. Nesse dia mundial de luta pela terra, afirmamos que cada um que tombou em nome de nosso projeto de vida agora vive em nossa luta. 

Ana Luz Lima 
Levante Popular da Juventude RN

sábado, 4 de abril de 2015

Parabéns pra você, muitos anos de opressão

“A passagem subiu, o leite acabou, a criança morreu, a carne sumiu, o IPM prendeu, o DOPS torturou, o deputado cedeu, a linha dura vetou, a censura proibiu, o governo entregou, o desemprego cresceu, a carestia aumentou, o Nordeste encolheu, o país resvalou."

(Carlos Marighella)

São anos de racismo e muita violência.            
Marcada pela nossa história, a classe trabalhadora paga diariamente os impostos em suor silenciado, mercantilizado. Os autos de resistência são armas deixadas pela ditadura militar, se mata e se justifica num passado tão presente. O genocídio da juventude negra e pobre é marcado pelas amarras da militarização, da violência imposta e defendida pela classe dominante. A redução da maioridade penal é uma das velas do bolo. Juventude morta e encarcerada é defendida no atual sistema político, ao mesmo tempo em que o governo corta gastos para educação. Parabéns pra você, pátria educadora. 


Osvaldo Orlando da Costa, presente!    

São anos de machismo e muita violência.       
Subrepresentadas no sistema político, a vida das mulheres não é prioridade. A luta por creches e ao mesmo tempo pela liberdade de estudar, trabalhar e ter lazer é negligenciada. Delegacias especializadas e que atendam 24h não é favor, é um direito. Enquanto o congresso pauta uma bolsa estupro, na qual se coloque o nome do estuprador na certidão, as mulheres são estupradas e mortas todos os dias.  O machismo estampado na farda dos ditadores de ontem é refletido nos paletós dos políticos fundamentalistas de hoje.         

Helenira Rezende, presente!      

São anos de LGBTfobia e muita violência.      
Na escola, no trabalho e na rua, os LGBTs eram reconhecidos violentamente, do xingamento ao assassinato. A ditadura militar contribuiu com a naturalização da violência contra a diversidade sexual e identidade de gênero, reprimindo a cultura colorida, torturando e matando o povo da diversidade. Usando os escudos da moral e a espada do fundamentalismo, o congresso violenta os direitos humanos e continuam a naturalizar o preconceito, atacando qualquer progresso político no nosso país.  

Lucas Fortuna, presente! 

Hoje, temos o congresso mais fundamentalista desde a ditadura militar e entendemos o retrocesso na vida do povo que isso significa. Em frente a esse retrocesso, precisamos reformar o sistema político que não representa o povo e muito menos defende seus interesses e sua vida. Por isso, defendemos uma reforma política através da constituinte popular.           

E no seu aniversário temos um presente: uma urna com mais de oito milhões de votos pedindo a reforma do sistema político. E nela tem um bilhetinho escrito assim: “Constituinte já!”.            

José Lima
Levante Popular da Juventude - RN



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Diga não à redução: Constituinte é a solução!




 Quem cala sobre teu corpo, consente na tua morte talhada a ferro e fogo nas profundezas do corte que a bala riscou no peito. Quem cala morre contigo, mais morto que estás agora. Relógio no chão da praça, batendo, avisando a hora que a raiva traçou no incêndio repetindo o brilho de teu cabelo. Quem grita vive contigo” (Menino – Milton Nascimento)



Exatamente 51 anos após o Golpe  Militar, mais um 1º de abril amanhece com cenas assustadoramente macabras. Dois bonecos enforcados nas passarelas da Governadoria do Estado e do Shopping Via Direta, com faixas dizendo “REDUÇÃO DA MAIORIDADE: EU APOIO". A reação aconteceu na madrugada do dia seguinte ao que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprova a constitucionalidade do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 171/93 que reduz a maior idade penal para 16 anos.
Um fato curioso a se avaliar é a urgência com que o congresso nacional inicia o processo de votações para aprovação da PEC, logo após às eleições que tornaram esse o congresso mais conservador desde a ditadura civil-militar de 1964.
Quando falamos nesse congresso, Eduardo Cunha, presidente da câmara, financiado na campanha pelo Bradesco Saúde e responsável por barrar a CPI dos Planos de Saúde, mostra-se como uma figura que sintetiza a linha conservadora do poder legislativo no Brasil . Além disso, encabeça o projeto de Reforma Política, conhecido como PEC da Corrupção, que dá caráter constitucional o financiamento privado de campanhas. Suas ações enquanto Deputado concretiza o avanço conservador de uma elite raivosa, que vem atacando os direitos conquistados pelo povo brasileiro.
A redução da maioridade penal aparece como um dos retrocessos que estão na pauta do dia das bancadas mais conservadoras do Congresso. Não podemos esquecer, contudo, qual parte da juventude é mais afetada por esse projeto. As quebradas são o alvo. Jovens negros e negras, dos bairros da periferia, mais vulneráveis a violência, são os sujeitos mais atingidos pela PEC 171/93.
A composição do nosso Congresso Nacional denúncia a podridão do nosso Sistema Político. A juventude, 40% da população brasileira, ocupa os espaços de tomada das decisões nacionais? Mais do que isso, o povo negro, 51% da composição populacional, é ouvido no nosso poder legislativo? A resposta é nitidamente negativa. Projetos como o da Redução da Maioridade Penal é de interesse da juventude negra, cuja voz foi historicamente calada no nosso país.
Nesse cenário, a Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político surge como bandeira capaz de solucionar as ineficiências das regras políticas do Brasil, pondo fim ao financiamento privado de campanhas, maior responsável pela corrupção no país. Além disso, caminhamos, com essa pauta, para um aprofundamento democrático, garantindo, maior representatividade ao povo brasileiro, consequentemente, a juventude. 
Levante Popular da Juventude RN
“OUSAR LUTAR, ORGANIZANDO A JUVENTUDE PRO PROJETO POPULAR!”

Curso de formação para o Movimento Estudantil

“O homem novo está além da fome, além da chuva, além dos borrachudos, além da solidão. O homem novo está ali, no esforço a mais. Está ali onde o homem normal começa a dar mais que o homem normal. Onde o homem começa a dar mais do que o comum dos homens.
Omar Cabezas

Nos dias 28 e 29 de março ocorreu o primeiro curso de formação para o Movimento Estudantil (ME) do Levante Popular da Juventude do Rio Grande do Norte. Com muita mística e formação, o curso reuniu cerca de 60 estudantes para forma-lxs e organiza-lxs em lutas dentro das escolas e/ou universidades.

Trazendo um recorte da conjuntura atual, no mundo e no Brasil, a manhã do sábado (28) foi destinada para o debate em cima do avanço do imperialismo e do conservadorismo, em que só faz prejudicar a vida da classe trabalhadora. As tentativas de golpes na Venezuela pela burguesia local, sob o comando dos EUA, foram analisadas junto aos problemas no qual o Brasil está sofrendo, no que diz respeito ao corte de direitos trabalhistas e a tentativa da imprensa burguesa em privatizar a Petrobras.


Diante disso foi exposto também como o congresso brasileiro, o mais conservador desde o término da ditadura, está construindo e avançando em projetos neoliberais, como a contrarreforma política, que visa constitucionalizar o financiamento privado de campanha. A solução indicada como resposta à tudo isso, foi a constituinte exclusiva e soberana para uma reforma política feita pelo povo, dando mais voz a população excluída do campo político, para conseguir avançar em seus direitos, conseguir realizar uma democratização midiática e acabar com o financiamento privado de campanha, base para a corrupção no país.

Além da conjuntura, o curso também promoveu o embate de como está a educação brasileira, tanto nas universidades públicas como nas privadas. O grande poder de empresas que tem como mercadoria a educação, faz com que se aproveitem da conjuntura atual e consigam arrecadar mais lucro aumentando o valor das mensalidades dxs estudantes nas universidades privadas, ao mesmo tempo que o FIES não consegue acompanhar esse aumento.

Assim como as lutas nas universidades privadas, as públicas também enfrentam muitos problemas diante da conjuntura atual. Devido aos cortes na educação, a falta de verba para as universidades vem diminuindo seus suprimentos básicos e a permanência estudantil. O direito à alimentação nos Restaurantes Universitários (RU) também vem sendo influenciados, com a imposição de mais catracas, trazendo diversas consequências como filas enormes, e dificuldade dxs estudantes em realizar sua refeição.

Os debates sobre a educação brasileira foram não só discutidos pelos facilitadores, mas também foi levado para Núcleos de Base (NB) fazerem suas discussões em conjunto, para depois levar a todo o curso.


No último dia do curso (29), tentou-se avaliar a luta que xs estudantes tem travado nas universidades, e mostrar a importância da organização deles em espaços como os DCE’s, CA’s e DA’s, assim como a construção da UNE como um espaço de levar anseios de transformação não somente para os e as estudantes, mas também para o povo. A mudança da realidade na vida de toda juventude e sociedade brasileira depende da organização de cada um em espaços políticos, e da defesa de seus direitos.

Ousar lutar, ousar lutar, organizando a juventude para o projeto popular!

Kennet Anderson
Levante Popular da Juventude do RN