segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

"Quem senta o dedo não pensa duas vezes
Mata ou morre Copa do Mundo dos prazeres
Pra aqueles, que bancam o terror la na favela
E banca a polícia que mata, por um salario de merda."
(Criolo - Andar Como Terrorista)

O PASSE LIVRE TE DÁ ASAS E A POLÍCIA AS TIRA

Logo no primeiro mês do ano, os trabalhadores já se depararam com o aumento das tarifas do transporte público, que chegou no último domingo (31) ao valor de 2,90 R$, após sofrer um reajuste de 35 centavos. Em decorrência da subida, a juventude potiguar e diversos movimentos sociais, se organizaram em ato no dia 1 de fevereiro para questionar as alterações, compreendendo que não houveram melhorias para o transporte. 

Ao lado do Via Direta, cerca de 300 pessoas se reuniram em assembléia, acordando entre si e com a própria polícia o trajeto a ser feito durante o ato. Apesar disso, como notoriamente fica nítido para todos, a polícia se sentiu suficientemente confortável para fazer chover gás lacrimogêneo em meio aos manifestantes. Seríamos nós, a classe trabalhadora em busca de seus direitos, cobaias da proposta de lei "antiterrorista"? De que maneira a população conseguirá esquivar de mais um assalto da SETURN se, antes mesmo das alterações legislativas, já nos deparamos com tamanha repressão policial? 

A criminalização dos movimentos sociais faz com que o povo organizado na rua sinta, por um instante, o tratamento que a periferia recebe da polícia. Esse instrumento de repressão do Estado (advindo do período ditatorial, onde podemos enxergar a mesma represália agressiva, truculenta e desnecessária da polícia) é ainda utilizado nos dias de hoje para desmobilizar a população na sua luta por direitos básicos. Seria demais afirmar, diante do ocorrido, que ainda nos deparamos com os moldes governamentais iniciados em 64?

De que maneira poderíamos, então, desviar-nos da repressão policial sem abdicarmos de nosso direito à cidade? De que modo poderemos esquivar-nos de sprays de pimenta, de bombas de efeito moral, de agressões físicas, se estamos apenas exercitando nosso suposto direito de remodelar os processos de urbanização? Como garantir a integridade física do povo nas ruas e as lutas pelo Passe Livre? A resolução dos problemas de desmilitarização da polícia, da segurança e da representação dos grupos excluídos do desenvolvimento econômico, excluídos do direito à cidade, não se desvinculam da necessidade de uma Reforma Política, por meio de uma Constituinte Exclusiva e Soberana.

"NÃO ACABOU TEM QUE ACABAR, QUERE
MOS O FIM DA POLÍCIA MILITAR!"

"CONSTITUINTE QUANDO? JÁ!"

Luisa Medeiros - Levante Popular da Juventude