segunda-feira, 26 de novembro de 2012

É PELA VIDA DAS MULHERES




Vivemos em uma sociedade profundamente desigual, pautada na exploração de uma 

minoria sobre uma grande maioria. Essa maioria é a classe trabalhadora que 

cotidianamente é alvo de opressões e processos de alienação para manter a máquina que 

move o que é essencial para os capitalistas: o lucro. Desse modo, tudo que possibilite a 

manutenção das desigualdades e que proteja a acumulação de capital é alimentado 

cotidianamente por diversos meios. Uma das opressões legitimadas pelas instituições e 

aparelhos do capitalismo é o machismo, expressado e propagado violentamente até sua

naturalização.

A desigualdade de gênero arraigada em nossa sociedade, alicerçada pelo patriarcado, sexismo e padrões heteronormativos impede que homens e mulheres se unam por laços de solidariedade e companheirismo contra o mesmo inimigo: o capital. Fácil notar o quanto é benéfico para os capitalistas que se mantenham relações desiguais de gênero, dividindo a classe trabalhadora. As violências contra às mulheres, seja expressa nas representações midiáticas, nas letras de músicas e nos casos de agressões, estupros e homicídios, reforçam, a cada dia, a condição da mulher enquanto oprimida, atingindo sua auto-estima, sua dignidade e muitas vezes, ceifando suas vidas.

A maneira como é vivenciada a violência pode sofrer influência de diferentes fatores, étnicos, culturais, econômicos e sexuais, que podem ser combinados entre si. Se formos colocar numa pirâmide, a mulher negra, pobre e lésbica estará na base dos processos de preconceito, opressão e exploração. Pois o patriarcado, racismo e homofobia estão conectados com a condição de classe e favorecem que essa mulher esteja numa posição de maior fragilidade, o que é fundamental para que se mantenham as desigualdades, sem contestações à dominação patriarcal.
É válido ressaltar que para uma transformação radical da sociedade, é preciso que o ideário feminista esteja presente e que suas propostas estejam claras para homens e mulheres. Compreendendo que a luta feminista não se trata de inverter os papéis de gênero e sim está fundamentada na conquista da igualdade e dignidade para todas as mulheres, sem distinções.
A história nos mostra o quanto a luta das mulheres organizadas foram eficazes para conquistas significativas referentes à participação política, inserção nos diversos setores econômicos, direitos reprodutivos e liberdade sexual. No entanto, todas essas conquistas não foram suficientes para frear de uma vez por todas as manifestações da ideologia machista.
Os dados sobre os casos de violência contra à mulher ainda são alarmantes e crescentes. Segundo o “caderno complementar” do Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari, 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil nos últimos 30 anos. Aproximadamente 70% das agressões acontecem em ambiente doméstico e 80% dos casos da violência contra as mulheres são praticadas pelo maridos, companheir@s ou namorad@s ou ex-namorad@s.
A violência física sempre é encorajada por violências simbólicas propagadas nos meios de comunicação, que nos dizem que somos coisas, meros objetos para a satisfação e posse masculina. Outra informação alarmante é que são nos lares (ambiente que por muito tempo foi nos destinado como “seguro”) que ocorrem os homicídios femininos, correspondendo à 40% dos casos.
O estado do Rio Grande do Norte está ocupando a 17ª posição entre os estados com maiores índices de feminicídios (homicídios motivados pela desigualdade de gênero), Natal e Mossoró são as cidades com as maiores médias de feminicídios do estado. Sem dúvida, a Lei Maria da Penha representa um avanço, porém o atendimento e proteção às vítimas precisam ser qualificados, assim como o aumento das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM). Hoje no Brasil, existem apenas 466 delegacias especializadas, que atendem menos de 10% dos municípios brasileiros. É necessária a criação de mecanismos assistenciais como Casas Abrigo, profissionais capacitad@s e serviços de saúde.
Também é necessário a apuração de dados estatísticos, como recorte de raça, orientação sexual, renda etc., agravadas pela falta de políticas de promoção de cidadania para as mulheres nos estados e municípios. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da zona Sul de Natal, localizada no bairro da Ribeira, que atende também as zonas leste e oeste, possui mais de mil inquéritos pendentes e cerca de 350 ordens judiciais que ainda não foram cumpridas. Além disso, falta efetivo e estrutura para o atendimento.
É preciso denunciar o descaso em que a DEAM-Zona Sul se encontra, cobrar pela ampliação dos serviços públicos de atendimento à mulher. Coragem é a palavra para nós, mulheres da Frente Feminista do Levante popular da juventude-RN, que desejamos fortalecer a luta feminista, nos nossos cotidianos e publicamente, construindo através da igualdade e justiça social, um modelo de sociedade que não se ampare nas desigualdades de gênero e nas diversas opressões.
Para isso, chamamos à luta todos e todas que queiram construir um mundo mais digno para todas as mulheres, no dia 27 de novembro, terça-feira, em frente à DEAM-Zona Sul, convidamos todas as vozes indignadas e denúncias para lutar contra o machismo na nossa cidade!



Pisar firme no chão

juntas num mesmo compasso
(mesmo que a harmonia perca o ritmo)
e gritar em alto e bom som
as vozes tantas vezes silenciadas
tomar a avenida!
e colorir a cidade
de roxo, vermelho, lilás,
pintar o céu de azul
pra possibilitar outro amanhecer.
Ousar sem medo:
é botando o bloco na rua,
caminhando, cantando
e dançando
que eu aprendo
a ser mulher.
Lira Alli.




Ato “Levante-se pela vida das mulheres”

QUANDO? Terça, 27 de novembro, às 9h
ONDE? Em frente à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher-DEAM
Rua Frei Miguelinho, N º 113-Ribeira (na rua da Casa da Ribeira)



PELA VIDA DAS MULHERES!!!

MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS!


FRENTE FEMINISTA LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE Clara Camarão




Apoio de Latuff à luta!

''Não mexe comigo que eu não ando só.''

Maria Bethania


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Levante pela vida das mulheres

Domingo, dia 25 de novembro, é o dia Internacional de COMBATE a violência contra a MULHER! 

Essa data foi uma conquista histórica do Movimento feminista para tornar público um problema que atinge um grande contingente de mulheres. Para além de uma data, consideramos uma necessidade real de nos colocar na rua para denunciar a violência que milhares de mulheres sofrem cotidianamente em nossa sociedade e que permanece silenciada como questão privada! O feminicídio é um problema coletivo, pois não é uma ou ou
tra mulher que sofre algum tipo de violência, mas a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. Das vítimas de violência doméstica 62% são negras. 

Em Natal existem apenas DUAS Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e somente uma Casa Abrigo. A DEAM Zona Sul está localizada na Ribeira atendendo a Zona Sul, Leste e Oeste. E a DEAM Zona Norte localizada na estrada da Redinha, atende toda essa zona. Ressaltamos que as delegacias especializadas não funcionam finais de semana, feriados e a noite. Não havendo a devida proteção à s mulheres vítimas de violências nesses períodos. Além do estado de precarização do espaço físico e de recursos humanos.

Essa realidade foi a motivação para a escolha do local para o ato que será em frente a DEAM da Ribeira às 9:00 horas da manhã do dia 27 de novembro (terça-feira). Com muita agitação e garra, juntas/os vamos construir esse momento de luta coletiva. 

Obs: Ir de roupa preta representando luto e materiais de agitação.

A violência contra a mulher se expressa de muitas formas, TODOS OS DIAS. É nosso papel MUDAR essa situação. 

A Frente Feminista do Levante Popular da Juventude vem convidar todas/os coletivos, grupos, movimentos e sujeitos para fortalecer o ato no dia 27. 


Não nos calaremos, pois mexeu com uma, mexeu com TODAS!!!

Frente Feminista Levante Popular da juventude 
Contato: (84) 8721-4029 / 9677-1540 / 8762-9033







quarta-feira, 21 de novembro de 2012

20 de novembro - 1 ANO NO RN


EM UM DIA QUALQUER

Em um dia qualquer companheiro,
Nos encontramos
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Sentamos no chão e decidimos nos organizar
Em um dia qualquer companheiro/a,  
Eu te escutei e tu também me escutou
Em dia qualquer companheiro/a, 
Nos indignamos juntos
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Deixamos o chão de sempre e fomos as ruas
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Gritamos juntos por igualdade, justiça,
respeito e liberdade
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Apenas nos encontramos para beber e rir bem alto
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Saímos Brasil a fora e encontramos outros de nós pelo caminho
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Deixamos nossos pensamentos pintados em uma parede
Em um dia qualquer, companheiro/a, 
Cantamos, dançamos e recitamos poesias...
Há um ano o levante popular da juventude RN nasceu,assim, em um dia qualquer...

Kell Medeiros


A exatamente um ano, o Levante Popular da Juventude iniciava suas atividades no Rio Grande do Norte. Com a vontade de organizar e fortalecer as lutas da juventude Potiguar, envolvidos/as em mística, animação e perrengues. Recordando um pouco os momentos iniciais lembramos os sentimentos de insegurança de estar construindo algo tão novo, da sensação de novidade que atraiu a atenção de muitos companheiros e companheiras, lembramos dos rostos que passaram por nossas reuniões e ajudaram a construir o

que somos hoje, e vendo as pegadas deixadas em nossa caminhada vemos o quanto avançamos e nos fortalecemos em nossa construção. Pouco tempo depois da nossa primeira reunião veio o 1° Acampamento Nacional do Levante, foi o momento de vermos e sentirmos que haviam mais pessoas como a gente, pessoas com os mesmos sonhos, na instiga de construir o Projeto Popular para o Brasil, um momento muito especial que serviu para nos certificarmos que aquilo em que estávamos metidos era uma coisa boa, e que aquele seria o nosso projeto de vida. Voltamos para o nosso estado com mais vontade de massificar este movimento, inspirados pelo sentimento de unidade nacional, amizade e companheirismo.
Hoje colhemos os frutos de nosso empenho,

o reconhecimento do nossos esforços. Não é apenas a prêmios que nos referimos, mas às coisas importantes que conseguimos conquistar, como o sorriso de um companheiro ou companheira, a certeza de contar sempre com essas pessoas que se tornaram mais que amigos, amigas, companheiros ou companheiras de luta, mas irmãos e irmãs que estarão sempre a disposição uns dos outros nos momentos alegres e nos momentos não tão alegres, que mesmo diferentes quando estão separados, parecem se completar nos vários momentos de confraternização... A essa juventude só podemos dizer: 

"Levante juventude, 
juventude é pra lutar
Pra construir o poder popular"



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CDHMP PROMOVE A ENTREGA DO XIX PRÊMIO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS E XVI PRÊMIO JORNALÍSTICO


O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular-CDHMP estará realizando no próximo dia 04 de Dezembro de 2012, às 18:00h, no Plenário da Câmara Municipal de Natal, a solenidade de entrega do XIX Prêmio Estadual de Direitos Humanos “Emmanuel Bezerra dos Santos” e o XVI Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos.

Esse ano o XIX Prêmio Estadual de Direitos Humanos será entregue ao grupo LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE-RN, uma Organização de jovens militantes comprometidos com as lutas em busca de transformação da sociedade. Já o XVI Prêmio Jornalístico será entregue, jornalista e ativista político, DANIEL DANTAS LEMOS, do Blog De Olho no Discurso, militante que sempre teve comprometido com a defesa da liberdade de expressão e pela luta por democracia e justiça.

O Prêmio Estadual de Direitos Humanos foi criado em 1994, em homenagem ao militante e ex-desaparecido político Emmanuel Bezerra dos Santos, e tem o objetivo de agraciar aquelas pessoas ou Entidades comprometidas com os Direitos Humanos, as liberdades democráticas e a defesa da vida. Já o Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos foi criado em 1997, com o intuito de homenagear os jornalistas identificados com a causa e a promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania.

A Solenidade de Entrega do Prêmio será realizada em parceria com o Mandato do Vereador George Câmara e estão sendo convidados diversas Organizações, Sindicatos, Movimentos Sociais, Mandatos Populares e ainda o Comitê Estadual da Verdade-RN e Comissões fins.