“Tem dias que a gente acorda
Com medo de sair e morrer
Milícia tá solta na rua
Homicídio só faz é crescer
E preto pobre na rua
Não sabe mais que fazer
Já tem que enfrentar o racismo
E lutar para sobreviver
É o extermínio da juventude
É o pobre preto do favelão
A gente quer outro modelo
Pro negro ser um cidadão”
Nos dias 29 e 30 de novembro, a Juventude de diversos
municípios do Rio Grande do Norte, de diversas organizações, se reuniram no IV
Seminário sobre Realidades Juvenis, para discutir e planejar ações de
enfrentamento ao extermínio da juventude e pressionar o poder público a aderir
ao plano Juventude Viva, do Governo Federal.
O extermínio da juventude é um tema que atinge a vida de
milhares de jovens no Brasil. Percebemos no entanto que essas pessoas que
passam pelo processo de extermínio, tem gênero, cor, idade, classe social e
endereço. Reconhecemos portanto que nossas ações e discussões devem estar
voltadas para diminuir o número de homicídios contra homens jovens, negros,
pobres e da periferia dos grandes centros urbanos.
O Plano Juventude Viva traz ações que tentam diminuir a
vulnerabilidade dos jovens a situações de violência física e simbólica, com
foco nos municípios que apresentam os maiores índices de mortalidade no país.
Para que isso aconteça, as prefeituras deverão aderir ao plano, coisa que ainda
não aconteceu em Natal, por exemplo.
Durante o seminário, os grupos e organizações presentes puderam trocar experiências de ações, e trabalhos que contribuíram e continuarão a contribuir no enfrentamento à violência. O Levante Popular da Juventude, deu sua contribuição, enfatizando a necessidade de organização juvenil, principalmente a organização da juventude das periferias, como um meio de pensar saídas a partir da vivência e da experiência desses jovens, e para que as mudanças que queremos possam surgir cada vez mais dos guetos, favelas e periferias.
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