25 de novembro, mais uma vez,
foi marcado pela luta das feministas potiguares. O ato pelo fim da violência
contra as mulheres aconteceu nesta tarde, com concentração em frente a
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) na Ribeira,
Natal - RN. Seguindo em marcha até o cruzamento da Av. Rio Branco, onde ocorreu
com uma intervenção artística e política.
Essa
ação foi organizada por mulheres organizadas no Levante Popular da Juventude,
na Marcha Mundial de Mulheres (MMM), na Articulação de Mulheres Brasileiras
(AMB) no Movimento Mulheres em Luta (MML) e em Sindicatos além de algumas
mulheres que não participam de nenhum movimento.
Segundo
Débora Sá, militante do Levante Popular da Juventude, "a luta pelo fim da
violência contra a mulher, só pode acontecer junto a luta contra o machismo. A
violência é um reflexo da situação da mulher em nossa sociedade. Não é
coincidência que a cada dois minutos uma mulher é violentada no Brasil. Não são
casos isolados. O homem se sente no direito de violentar uma mulher, pois
acredita que ela é uma posse dele, e quando sente ciúmes ou acredita que está
'perdendo a sua mulher', parte para agressão física." (Dados do Conselho
Nacional de Justiça).
Além
de conscientizar a população sobre o machismo e a opressão contra a mulher. O
ato buscou dialogar com a Delegada Karen Cristina Lopes, responsável pela DEAM
Zona Sul, na construção de reivindicações que possibilitem a efetivação da Lei
Maria da Penha. Nesse sentido, 10 mulheres entraram na delegacia para receber o
Memorando nº 233/2013 que trata da precária situação daquela DEAM que
"enfrenta sérias dificuldades estruturais, como a falta de pessoal, de
viaturas, de computadores, impressoras, etc.".

Rachel
Barbosa, da Marcha Mundial de Mulheres, lembra que o problema se estende para o
que ocorre depois da DEAM, a Casa Abrigo. "Entre as vítimas fatais da
violência contra a mulher 61% são negras e 48% do total tinham baixa
escolaridade, além disso 87% eram nordestinas. Esses dados indicam que a
violência contra a mulher tem cor e tem classe social. As mulheres violentadas
muitas vezes se tornam reféns por não terem para onde ir, nem como sobreviver.
Nesse sentido, a Lei Maria da Penha é clara quanto a necessidade de Casa Abrigo
para essas mulheres e seus filhos. Mas o que temos para a grande Natal são
apenas 10 vagas! Como podemos combater a violência se não vamos tirar a mulher
dessa situação de terror?" (Dados de 2013 do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada)
O
ato terminou com uma intervenção teatral do Levante Popular da Juventude, que
demonstrou como a sociedade age quando uma mulher é violentada, a falta de
apoio e recursos do Governo do RN (Rosalba - DEM) e que apenas unidas as
mulheres podem acabar com essa realidade. Assista o vídeo:
Fotos e filmagem: Stephanie Bittencourt
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