segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mulheres de Natal se unem pela Não violência contra a Mulher


 

25 de novembro, mais uma vez, foi marcado pela luta das feministas potiguares. O ato pelo fim da violência contra as mulheres aconteceu nesta tarde, com concentração em frente a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) na Ribeira, Natal - RN. Seguindo em marcha até o cruzamento da Av. Rio Branco, onde ocorreu com uma intervenção artística e política.
Essa ação foi organizada por mulheres organizadas no Levante Popular da Juventude, na Marcha Mundial de Mulheres (MMM), na Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) no Movimento Mulheres em Luta (MML) e em Sindicatos além de algumas mulheres que não participam de nenhum movimento.
Segundo Débora Sá, militante do Levante Popular da Juventude, "a luta pelo fim da violência contra a mulher, só pode acontecer junto a luta contra o machismo. A violência é um reflexo da situação da mulher em nossa sociedade. Não é coincidência que a cada dois minutos uma mulher é violentada no Brasil. Não são casos isolados. O homem se sente no direito de violentar uma mulher, pois acredita que ela é uma posse dele, e quando sente ciúmes ou acredita que está 'perdendo a sua mulher', parte para agressão física." (Dados do Conselho Nacional de Justiça).
Além de conscientizar a população sobre o machismo e a opressão contra a mulher. O ato buscou dialogar com a Delegada Karen Cristina Lopes, responsável pela DEAM Zona Sul, na construção de reivindicações que possibilitem a efetivação da Lei Maria da Penha. Nesse sentido, 10 mulheres entraram na delegacia para receber o Memorando nº 233/2013 que trata da precária situação daquela DEAM que "enfrenta sérias dificuldades estruturais, como a falta de pessoal, de viaturas, de computadores, impressoras, etc.".
Para a Delegada é necessário investir em "conscientização e conhecimento para que a mulher denuncie, mas também na estrutura que falta depois que ela resolve fazer a denuncia". No Rio Grande do Norte existe, apenas, cinco DEAMs (Mossoró, Caicó, Parnamirim, Natal - Zona Norte e Natal - Zona Sul). Elas não são capazes de atender toda a demanda e estão sobrecarregada. A DEAM Zona Sul, por exemplo, também atende a Zona Leste e Oeste, mas conta apenas com 45 litros de gasolina por semana para cada uma de suas duas viaturas, impedindo o trabalho efetivo da delegacia.
Rachel Barbosa, da Marcha Mundial de Mulheres, lembra que o problema se estende para o que ocorre depois da DEAM, a Casa Abrigo. "Entre as vítimas fatais da violência contra a mulher 61% são negras e 48% do total tinham baixa escolaridade, além disso 87% eram nordestinas. Esses dados indicam que a violência contra a mulher tem cor e tem classe social. As mulheres violentadas muitas vezes se tornam reféns por não terem para onde ir, nem como sobreviver. Nesse sentido, a Lei Maria da Penha é clara quanto a necessidade de Casa Abrigo para essas mulheres e seus filhos. Mas o que temos para a grande Natal são apenas 10 vagas! Como podemos combater a violência se não vamos tirar a mulher dessa situação de terror?" (Dados de 2013 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
O ato terminou com uma intervenção teatral do Levante Popular da Juventude, que demonstrou como a sociedade age quando uma mulher é violentada, a falta de apoio e recursos do Governo do RN (Rosalba - DEM) e que apenas unidas as mulheres podem acabar com essa realidade. Assista o vídeo:

Fotos e filmagem: Stephanie Bittencourt

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