Aos lutadores e lutadoras do povo que batalham cotidianamente para construir uma sociedade justa e igualitária, a história das lutas sociais proporciona uma lição fundamental: sem a mobilização massiva da juventude não é possível viabilizar mudanças estruturais na sociedade. Nesse sentido o século 20, com suas revoluções sociais protagonizadas pela classe trabalhadora, é um bom exemplo do papel que cabe à juventude[...]
[...]No último período a atuação dos movimentos de juventude tem se limitado a reivindicações por políticas públicas para juventude. De fato, políticas públicas são importantes, mas são também insuficientes, pois o que pode mudar as condições de vida da juventude brasileira é um conjunto de reformas estruturais na sociedade. Portanto, não há outra saída ao pensarmos a organização da juventude que não seja como portadora de um projeto político que busca concretizar reformas estruturais na sociedade.

Para a juventude ser portadora de um projeto político de natureza popular, é necessário avançarmos na organização da juventude brasileira. Iniciativa importante nesse sentido está sendo concretizada pela construção do Levante Popular da Juventude. Esse jovem movimento com identidade de juventude, mas com uma pauta popular, se desafia a resgatar a clássica tradição das lutas sociais latino-americanas de unir o trabalho estudantil e popular. A juventude brasileira está diante de um conjunto de contradições sociais que ameaçam sua própria existência. As lutas sociais são construídas em função dessas contradições. Portanto, há um espaço enorme para avançarmos na organização da juventude.
Caso o movimento das contradições da realidade concreta proporcione a retomada de um forte movimento de massas no Brasil no próximo período, significa que, necessariamente, a juventude entrará em cena. Confiamos na sua rebeldia e na sua capacidade de contribuir para alterar a correlação de forças na sociedade brasileira.
Editorial nº 467 do Brasil de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário