“O homem novo está além da fome, além da chuva, além dos borrachudos,
além da solidão. O homem novo está ali, no esforço a mais. Está ali onde o
homem normal começa a dar mais que o homem normal. Onde o homem começa a dar
mais do que o comum dos homens.”
Omar Cabezas
Nos dias 28 e 29 de março ocorreu o
primeiro curso de formação para o Movimento Estudantil (ME) do Levante Popular
da Juventude do Rio Grande do Norte. Com muita mística e formação, o curso reuniu
cerca de 60 estudantes para forma-lxs e organiza-lxs em lutas dentro das
escolas e/ou universidades.
Trazendo um recorte da conjuntura
atual, no mundo e no Brasil, a manhã do sábado (28) foi destinada para o debate
em cima do avanço do imperialismo e do conservadorismo, em que só faz
prejudicar a vida da classe trabalhadora. As tentativas de golpes na Venezuela
pela burguesia local, sob o comando dos EUA, foram analisadas junto aos
problemas no qual o Brasil está sofrendo, no que diz respeito ao corte de
direitos trabalhistas e a tentativa da imprensa burguesa em privatizar a
Petrobras.
Diante disso foi exposto também como
o congresso brasileiro, o mais conservador desde o término da ditadura, está
construindo e avançando em projetos neoliberais, como a contrarreforma política,
que visa constitucionalizar o financiamento privado de campanha. A solução indicada
como resposta à tudo isso, foi a constituinte exclusiva e soberana para uma
reforma política feita pelo povo, dando mais voz a população excluída do campo
político, para conseguir avançar em seus direitos, conseguir realizar uma
democratização midiática e acabar com o financiamento privado de campanha, base
para a corrupção no país.
Além da conjuntura, o curso também
promoveu o embate de como está a educação brasileira, tanto nas universidades públicas
como nas privadas. O grande poder de empresas que tem como mercadoria a
educação, faz com que se aproveitem da conjuntura atual e consigam arrecadar
mais lucro aumentando o valor das mensalidades dxs estudantes nas universidades
privadas, ao mesmo tempo que o FIES não consegue acompanhar esse aumento.
Assim como as lutas nas universidades
privadas, as públicas também enfrentam muitos problemas diante da conjuntura
atual. Devido aos cortes na educação, a falta de verba para as universidades vem
diminuindo seus suprimentos básicos e a permanência estudantil. O direito à
alimentação nos Restaurantes Universitários (RU) também vem sendo
influenciados, com a imposição de mais catracas, trazendo diversas consequências
como filas enormes, e dificuldade dxs estudantes em realizar sua refeição.
Os debates sobre a educação
brasileira foram não só discutidos pelos facilitadores, mas também foi levado
para Núcleos de Base (NB) fazerem suas discussões em conjunto, para depois
levar a todo o curso.
No último dia do curso (29),
tentou-se avaliar a luta que xs estudantes tem travado nas universidades, e
mostrar a importância da organização deles em espaços como os DCE’s, CA’s e DA’s,
assim como a construção da UNE como um espaço de levar anseios de transformação
não somente para os e as estudantes, mas também para o povo. A mudança da
realidade na vida de toda juventude e sociedade brasileira depende da
organização de cada um em espaços políticos, e da defesa de seus direitos.
Ousar lutar, ousar lutar, organizando a juventude para o
projeto popular!
Kennet Anderson
Levante Popular da
Juventude do RN
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